O aproveitamento da água na Ilha da Madeira
Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira
"O arranque para as grandes obras de hidráulica no Continente data dos anos de 1935 a 1937.
Em 1935, ano da lei da Reconstituição Económica, o Governo procede a uma importante remodelação da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola e entrega pouco depois a sua direção ao Engenheiro Trigo de Morais.
O regime jurídico da hidráulica agrícola é fixado na Lei n.º 1949, de 15 de Fevereiro de 1937, e os seus diplomas regulamentares surgem ainda nesse ano.
Os primeiros projetos são dessa época e iniciam-se então as primeiras obras. Desta forma começa a formação dos técnicos.
Encontravam-se pois, somente dados alguns passos em tal domínio, quando, em 1943, o Ministro das Obras Públicas e Comunicações Duarte Pacheco decidiu não confinar ao Continente, alargando-a até a Ilha da Madeira, a política da água, a que tanto se devotou.
Duarte Pacheco havia dito algum tempo antes que a execução de obras hidráulicas se situava na vanguarda dos prementes e instantes problemas de fomento, pois acreditava sem reservas nos resultados do fomento hidroagrícola e dos aproveitamentos hidroelétricos, acreditava igualmente o Ministro na inexcedível e entusiástica dedicação e competência dos jovens técnicos que havia trazido para o serviço das Obras Públicas.
Nesta ordem de ideias, é criada, a 21 de Outubro de 1943, a Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira, com a incumbência de promover e orientar a execução do plano geral de novos aproveitamentos hidroagrícolas e hidroelétricos e superintender na administração e direção das obras, ao mesmo tempo que outro diploma definia o regime a que ficariam sujeitos tais aproveitamentos.
Os trabalhos iniciam-se em 1944, os objetivos vão sendo metodicamente atingidos e sucessivamente ampliados, as obras de fomento hidroagrícola e os aproveitamentos hidroelétricos conjugam-se sabiamente e logo em 1953 a atividade da Comissão atinge tal nível que torna possível responsabilizá-la pelo serviço público de produção, transporte e distribuição de energia elétrica a todos os concelhos da Ilha da Madeira.
Após esses, confirmando o rigor dos estudos e a segurança das soluções, novos aproveitamentos hidroelétricos se executam, a eletrificação rural da ilha converte-se numa realidade e outras obras de fomento hidroagrícola se lançaram, tudo a confirmar a importância primordial da água, não somente como elemento necessário aos múltiplos aspetos da atividade humana, mas também como um dos fatores essenciais de todo o progresso.
Ao completarem-se os vinte e cinco anos de existência da Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira, revê-se justamente o Ministério das Obras Públicas no seu contributo de excecional relevo para o desenvolvimento da Madeira, que, sendo fruto do trabalho de muitos e excelentes colaboradores, lembra sempre o nome do pioneiro - o técnico competentíssimo e o dirigente muito ilustre que é o Engenheiro Manuel Rafael Amaro da Costa, primeiro diretor-delegado da Comissão e seu presidente durante alguns anos.
Também aos antigos presidentes, Dr. João Abel de Freitas e Engenheiro António Camacho Teixeira de Sousa, e aos atuais presidente, Coronel Fernando Homem da Costa, diretor-delegado, Engenheiro Adolfo Pinto Eliseu, e diretor administrativo, Dr. Sérgio Marques, deve o Ministro das Obras Públicas a dedicadíssima ação que permitiu escrever as páginas do elucidativo trabalho que estas singelas palavras antecedem".
Ministro das Obras Públicas
Atualizado em 16/08/2019 18:00.